quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Game empresarial é coisa séria


Quando você vê alguém no trabalho com uma tela colorida e animada, com barulhinhos e tudo o mais, pensa: “funcionário perdendo tempo com jogo, hem?”. As aparências enganam.

O game empresarial virou coisa séria e hoje há empresas especializadas no desenvolvimento de software para treinamento de funcionários, que na essência é um jogo, mas no fim é uma ferramenta de eficiência.

Um exemplo é o trabalho da Aennova Decisionware, de São Paulo, que reúne três sócios: Nancy Ogassawala, especialista em educação à distância; Sunami Chun, fundador da rede de lan houses Monkey; e Leonardo Reis, consultor de negócios, que criou a empresa em 2001 e recebeu seus sócios no ano passado.

Juntos, começaram a desenvolver jogos empresariais – que chamam de simuladores negociais – e hoje têm clientes como Coca-Cola, Natura e Porto Seguro. A essência é criar um jogo em que o objetivo é treinar habilidades e aprender a melhorar processos de trabalho.

Por exemplo, a Coca-Cola decidiu estender a funcionários em todo o país as táticas de distribuição dos refrigerantes e peças de propaganda de supermercados. O jogo consiste em criar o melhor layout mexendo as araras nos pontos de venda, para melhorar a exposição dos produtos para o consumidor. Usando o mouse e vendo o resultado a cada loja, o funcionário pega a prática na prática.

“São como simuladores de vôo”, diz Reis. “O sistema avalia e avisa qual é o procedimento correto.” Um simulador de negócios deve ter três componentes bem resolvidos: a programação, a interface (a maioria em Flash) e a inteligência de negócios. A última deve ser construída com base na experiência e no objetivo da empresa que contrata o serviço.

O objetivo, diz Reis, é treinar o poder decisório, pois os simuladores não são jogos para distração de funcionários, e sim treinos online baseados em processos comprovados na prática pelas empresas. “O Sebastian Vettel deu mil voltas no simulador do circuito de Monza antes de correr lá pela primeira vez”, diz Reis. A tática de Vettel deu certo e o piloto alemão tornou-se o mais jovem vencedor de uma corrida de Fórmula 1, aos 21 anos. Jogos simuladores são realmente eficazes.

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